A cultura fúngica é um exame laboratorial essencial na dermatologia veterinária, utilizado para o diagnóstico de infecções fúngicas que afetam a pele, pelos e mucosas dos animais. Diferentemente de outros exames laboratoriais, a cultura fúngica permite a identificação direta de agentes patogênicos, fornecendo informações valiosas sobre o tipo de fungo envolvido e sua sensibilidade aos tratamentos antifúngicos. Neste artigo, vamos explorar os aspectos técnicos desse exame, como ele é realizado e sua importância no diagnóstico e manejo das infecções fúngicas em pets.
A cultura fúngica é um exame microbiológico que envolve a coleta de amostras clínicas, como escamas de pele, pelos ou secreções, para a identificação de fungos patogênicos. Essas amostras são inoculadas em meios de cultura seletivos, onde os fungos presentes podem crescer e se multiplicar. Após um período de incubação (geralmente entre 7 a 21 dias), as colônias fúngicas são analisadas morfologicamente para determinar o tipo de fungo.
Esse exame é fundamental para diferenciar infecções fúngicas de outras patologias dermatológicas, como doenças bacterianas, parasitárias ou alérgicas, oferecendo um diagnóstico preciso que direciona o tratamento adequado.
A cultura fúngica é indicada principalmente para identificar os seguintes tipos de fungos que afetam os animais:
Dermatófitos (Fungos
Queratinofílicos):São os principais
causadores de micoses superficiais, como a dermatofitose (micose). Entre as espécies mais comuns
diagnosticadas estão o Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes.
Estes fungos infectam a camada córnea da pele, pelos e unhas, causando lesões características como crostas,
alopecia e prurido.
Fungos do Gênero Malassezia: São leveduras que fazem parte da microbiota normal da pele de cães e gatos, mas podem proliferar descontroladamente, causando doenças como a dermatite seborreica e otite externa. A Malassezia pachydermatis é o agente mais comum, e sua proliferação está frequentemente associada a condições como alergias, disfunções imunológicas ou alterações hormonais.
Fungos Sistêmicos:
> Embora menos comuns, alguns fungos podem causar infecções
sistêmicas em pets, como Blastomyces
dermatitidis, Histoplasma capsulatum e Coccidioides immitis
>. A cultura fúngica pode ser utilizada para isolar esses
agentes em amostras de secreções respiratórias ou tecidos infectados, sendo crucial para o diagnóstico
definitivo.
A coleta das amostras é um passo crucial para o sucesso da cultura fúngica. O veterinário pode coletar as amostras de persas fontes, dependendo do quadro clínico do pet:
A coleta é feita de maneira asséptica, para evitar a contaminação da amostra e garantir que os resultados sejam precisos. O material coletado é então enviado ao laboratório, onde será incubado sob condições específicas de temperatura e umidade, favoráveis ao crescimento dos fungos.
Após o período de incubação, o laboratório realiza a análise morfológica das colônias fúngicas. As características dos fungos cultivados (como a forma, cor e a estrutura das colônias) são observadas e comparadas com as descrições de espécies conhecidas. O resultado pode indicar a presença de fungos patogênicos e, em muitos casos, também fornece informações sobre a possível resistência a antifúngicos específicos.
No caso de infecções causadas por Malassezia ou dermatófitos, o exame também pode incluir testes de sensibilidade antifúngica. Esse teste permite determinar quais medicamentos serão mais eficazes no combate ao fungo identificado, ajudando a prescrever um tratamento adequado e personalizado.
Com base nos resultados da cultura fúngica, o veterinário pode prescrever uma combinação de tratamentos, que podem incluir:
O sucesso do tratamento depende da identificação correta do fungo envolvido, da escolha do antifúngico adequado e do seguimento rigoroso das orientações veterinárias.
A cultura fúngica é um exame fundamental para o diagnóstico diferencial em casos de dermatopatias. Ela não só confirma a presença de fungos como causa primária da infecção, mas também proporciona informações sobre a cepa envolvida, permitindo ao veterinário optar pelo tratamento mais eficaz. Além disso, a cultura fúngica é especialmente útil em casos recorrentes ou resistentes a tratamentos, ajudando a ajustar as terapias conforme necessário.
Infecções fúngicas podem ser desconfortáveis e prejudiciais à saúde do seu pet, mas a cultura fúngica oferece uma solução precisa e eficiente para diagnosticar e tratar essas condições. Ao realizar esse exame, você garante que seu pet receba o tratamento adequado e evita complicações futuras. Consultar um veterinário especializado e realizar exames laboratoriais regularmente são atitudes essenciais para manter a saúde do seu pet em dia.
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